Tempos atrás, após um comentário de Hérlon do Arqueologia da Alma sobre gostar da minha "veia poética", fiquei pensando sobre minha saúde artística (se é que posso chamar assim, mas por falta de nome, fica este mesmo). E, pela falta de inspiração e de tempo, nas quais estou mergulhada nos últimos dias, só me resta uma confissão: a minha veia encontra-se obstruída.
Acabo de visitar o Arqueologia e percebo que o mal foi igualmente confessado pelo autor do blog. Vou ao Inscritos em Pedra e o Josias encontra-se mais silencioso que a caricatura de um psicanalista. Ana Cláudia, do Ninho da'Ninha, está Lúgubre desde o dia 15 de setembro. Até o Samarone, que parece inesgotável nos assuntos, recentemente declarou-se sem inspiração. Então tiro a conclusão fatal: trata-se de uma epidemia.
Corram, portanto, aqueles que ainda não se contaminaram. Defendam-se como puderem, porque o caso é sério. Desse mal, creio, alguns já sabem do antídoto, mas a maioria não. Já ouvi falar que essa tal de inspiração é besteira, que escritor que é escritor não precisa da dita cuja, o negócio, dizem, é transpiração. Porém, isto só agrava minha situação, uma vez que não tenho essa petulância de me dizer escritora. Assim, confesso aos quatro ventos: preciso de inspiração, até porque transpiração em si não me tem faltado.
Enquanto meus colegas de infortúnio não me derem a solução, quero mesmo é encontrar um doutor-das-veias-poéticas-obstruídas para me fazer um cateterismo ou angioplastia urgente. Pagarei com letras e palavras serenas à vista, se achar melhor, pois a prazo também me custa. Não pedirei desconto ou regalias, só uma coisa, pelo amor de todos os poetas: deixe-me ir para casa logo. Perambular sem rumo, como estou agora, dá-me a sensação de que não sei para onde ir. Sim, porque estar com essa obstrução, acarreta tais sintomas: perder o rumo de casa, estar sem bússola e com uma venda amarrada nos olhos.
Contudo, a brisa, o vento e a luz que teima em penetrar na escuridão sinalizam que estou encontrando o caminho de volta. Em breve, chegarei. Chegaremos, amigos.
Magna Santos