Os noticiários inflamam a esperança com manchetes vermelhas
Antes da ponte
Aglomeram-se sirenes e curiosos
Desejosos por saberem do desconhecido
A textura do ar revela mais que oxigênio
A cor das águas denota o sofrimento do peixe
Sim, progresso, sim
Enquanto isso lá no Coque
Pessoas teimam em viver
Ao redor de vários livros
Refazem o percurso perdido no grito
Agora se tem carinho
Atenção
Afeto...
E a menina-ponte se afeta
E eles se apertam no chão para ouvir melhor
Não
Sonhar melhor
Não
Sentir melhor
Descobrir, enfim, que o final é sempre feliz.
Para Luna Freire do Palavras-pontes
Magna Santos
*a foto foi emprestada do blog da Biblioteca Popular do Coque
segunda-feira, 24 de outubro de 2011
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9 comentários:
Ô Magna... que os anjos ouçam tuas palavras pra fazerem muitos finais felizes. Afeto não falta mesmo. De nenhuma das partes. Se dou meu afeto recebo em dobro. E se ensino coisas do livro, eles me ensinam coisas da vida e da alma. Mas nem sempre este afeto é suficiente quando se vive na mais absoluta falta dele. E, aí, nem sempre os finais são felizes... Queria poder ter meu tempo pra dividi-lo só com as crianças - as minhas e as do Coque. E, claro, um tempo extra para a literatura, o palco, os amigos. Como você.
Os anjos sempre escutam, Fabi. No entanto, eles não podem nada sozinhos. Nem mesmo Deus faz nada sozinho. Injustiças, incertezas, cruezas e crueldade, certamente, existem e isso pode amargar vidas ao ponto de não se saberem mais humanamente capazes de mudar nada. Por isto que se precisa sempre de pessoas, cuja visão, audição, tato...a inteireza toda estejam lá presentes e incondicionalmente presentes. Talvez não seja à toa que precises de outro trabalho para sobreviver. Talvez seja melhor. Assim, estás lá apenas por querer, gostar, amar tudo aquilo. Isto sim faz um final, se não feliz, faz um final mais sereno e possível de sorrir.
Estamos aqui só aprendendo...é bom mesmo não sabermos de tudo. Precisaremos sempre de mais e mais histórias para se contar.
Beijos.
E que nunca te falte humildade!
Magna
'Não, viver melhor'!
Antes da ponte tem tudo, água vermelha, peixe que sofre, sirene que avisa para além da apreensão; antes da ponte tem caos e desvarios; incerteza e confusão; antes da ponte um infinito de atribulações, sortilégios de toda natureza, mas isso antes da ponte. Ao atravessá-la têm livros, cores, sonhos, cheiros, carinho afeto, paciência, esperança, amor; têm crianças e tem a Fabi, essa menina verde, amarela, azul, branca, lilás, roxa e alaranjada, que também pode ser chamada de Mudança, de Esperança...
Beijos para vocês duas, e tanto agradecimento por sabê-las, assim, como são, e me aceitarem junto.
Eita Boca a despejar palavras como uma verdadeira jardineira que se esmera em cuidar do broto, regar a semente. Abençoada seja, minha amiga!
Como receber agradecimento de ti que és este poço de delicadeza e alegria?
Continuemos nossas lezeiras justas para que o viço continue insistentemente presente nas nossas vidas.
Beijão bem grandão!
Magna
Mas como ser diferente? Me espelho em vocês, meus reflexos mais lindos!Sempre que chegamos no Sementeiras, não apenas plantamos, sobretudo, colhemos!
E eu adorei esse negócio de lezeira, sabe? Bem que podíamos elaborar um "estatuto", uma sociedade, hehe!
Podemos marcar um almoço antes do fim do mês, Magníssima, no Tacaruna, ou no centro mesmo, assim não demorara tanto, né? Chamamos a Fabi e quem mais puder!
E sim, ando num vertiginoso mergulho no surrealismo, tou até querendo estudar profundamente esse quadro do Bosch, que ilustra esse meu último poema.
Beijos, beijos e um final de semana muito feliz!
;)
Menina- ponte!
Sentar no chão e descobrir o tesouro de um livro. Aprender a amar a vida através da palavra. A palavra boa, a palavra poesia, a palavra carinho. A aproximação, a amor entre crianças e a professoar. Uma menina-ponte que faça a ligação entre a realidade e o sonho. Sonhos poderão mudar realidades... Linda a imagem - linda Luna!
Que maravilhoso poema, Magna!
Que emocionante trabalho!
Pelas palavras lá no ensaios: amei, amei! Obrigada!
Emocionante mesmo, Ila.
O Coque é um bairro da periferia aqui de Recife, cuja incidência nas páginas policiais deixou um grande estigma àquela população.
O trabalho da Biblioteca Popular do Coque(link ao lado) vem clareando algumas mentes e aquecendo corações excluídos. A meninada é linda e cheia de vida. Fabiana(Luna) e Betânia são guerreiras. Há tempos descobriram o poder do afeto e despejam em abundância.
Lindo demais mesmo! Você iria gostar de conhecer.
Beijos.
E obrigada, mais uma vez.
Magna
Que beleza, Magna!
Fui lá no Palavras-pontes da Luna que aqui enfeitaste com versos-ternura! Lá também tem palavras que jorram sensibilidade, amor e dedicação. Tem também, solidariedade, generosidade e cuidados. Gestos esses tão em desuso pela maioria. Mas a minoria, como se pode constatar, é insistente e bota fé na troca incondicional de amor.
Uma curiosidade: Elas são professoras ou voluntárias de algum trabalho social? Seja o que for, a tônica, bem se vê de longe, é o amor.
Lindas todas as três (Magna, Luna e Betânia.)
Meu beijo,
Inês
Inês, no blog da Biblioteca você vai encontrar respostas melhores do que eu poderia dar aqui, uma vez que sou apenas uma admiradora do trabalho. Elas sim, Inês, merecem toda nossa admiração.
Sei que Betânia mora no Coque e trabalha na Biblioteca. É uma mãezona que trata as crianças com pulsos firmes e coração mole. Fabiana é voluntária, atuando como contadora de histórias. Leva os meninos no coração aonde vai. No próximo dia 26 haverá um sarau lá. Enfim, um trabalho lindo, lindo!
Obrigada pelo interesse, pescadora. Realmente, o trabalho merece melhores esclarecimentos, daí a indicação do blog deles. Faz uma visitinha.
Beijos.
Magna
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