domingo, 17 de outubro de 2010

CORES

Adormeci nos meus próprios calos
Fiz deles travesseiros

Empoeirados

Escutei uma cantiga de ninar que não existia

Delírio, talvez


Acordei à tardinha

...

Ilusão


Não tenho nada mais a dizer

A não ser sobre as cores do sol poente

Novas considerações

Algumas dolorosas

Penosas

Outras viçosas...

Todas reais


Antes a realidade

Que o céu pintado a mão

Prefiro as tempestades

À bonança comprada

A peso de ouro


Prefiro a chuva fria

Ao abrigo que acorrenta.


Magna Santos

7 comentários:

Paulo Fernandes disse...

Magna,
Cada momento é único em nossas vidas. O ato de escolher um candidato e depois se arrepender ou reavaliá-lo é natural e importante, para que no futuro não caíamos mais em aramadilhas. A Mariana encantou pela sua docilidade, firmeza e pala sua trajetória que dispansa qualquer comentário. Mostro-se com uma via que lutava pela ética e rrespeito pelo cidadão. Essa foram as características que mais chamaram minha atenção. Entretanto, está sendo uma verdadeira decepção, ou talvez, não está correspondendo nossas expectativas. Tudo passa, todavia, a esperança continua, e cabe a todos nós união contra essa reação retrograda, que toma conta de nosso país.

tesco disse...

O por do sol espalha cores que nos fazem sonhar e refletir. O fim do dia torna-se similar ao dim da vida. E como a vida é uma multiplicidade de escolhas, pomo-nos a rememorar que escolhas boas ou más fizemos. O fundamental é não nos arrependermos das escolhas que fazemos ou, quando nos arrependermos, podermos corrigir o mal feito. Nesse caso mesmo, de preferir a chuva ao abrigo que acorrenta, é uma questão estritamente pessoal. Pra muita gente não adianta ter liberdade e fazer escolhas erradas, muito melhor seria abrigo com obrigações. Mas, a vida está aí pra ser vivida, essencial é escolher.
_Beijos.

Pachelly Jamacaru disse...

Deixando aqui um grande abraço!

Magna Santos disse...

Paulinho e Roberto, talvez não seja o caso de falarmos de arrependimentos, mas de lições. Mesmo "acordando à tardinha", após ter me hipnotisado com uma "cantiga de ninar" delirante, quase como quem viu 'passarinho verde'(verde?), se eu for chorar o leite derramado, a vaca vai pro brejo. A hora é de trabalho. Não cabe mais esperar, precisamos trabalhar. E, graças a Deus, é o que estamos todos fazendo.
Algumas cores já desbotaram no horizonte, mas o pôr do sol traz um vermelho reconfortante!
Por isso que digo, Roberto, quem está na chuva é pra se molhar mesmo.

Pachelly, amigo, seja sempre bem-vindo!

Beijão em todos vocês!
Magna

Luna Freire disse...

Não se atormente, Magníssima.
O importante é pensar pra frente.
E quem sabe pintar, na realidade, o nosso céu?
E quem sabe construir na chuva fria nosso abrigo?
Vamos brigar pra isso!!!

Obrigada por tuas palavras carinhosas em palavraspontes.

E pro nosso sarau da Biblioteca, você vai? (Creio que não conseguiste falar comigo porque, esta semana, ando enfurnada todas as manhãs, lá, na Semana do Conto. Mas fácil pela tarde).

Beijão.

Josias de Paula Jr. disse...

Belíssima forma de "refletir". Mas vale se acordar à tardinha que nuna se acordar! Afora a questão da "mensagem", o poema tem imagens muito bonitas! Um abraço em ti!

ps: Apenas uma brincadeira: liberdade - como se diz lá em Minas - mesmo que "à tardinha".

Dois Rios disse...

Desenho de vida
Traços de realidade
Contornos de ilusão
Moldura de liberdade.

Beijos, querida Magna!
Inês