Encontrei um escritor numa fila de espera. Estávamos lá para sorrir e aprender um pouco mais sobre interpretar. Ensaiei uma pessoa descontraída a conversar desinibida como se velha conhecida fosse. Convenci tantos e do escritor sobrou-me livros, todos em sua velha algibeira. Ele parecia adivinhar que eu gostava das letras. Eu que nada falara sobre elas, que disfarçara a timidez por entre lorotas de desenganados.
_ Um ingresso, pelo amor de Deus!
_ Já estamos há uma hora a esperar.
_ Olha a fila de idosos.
_ Olha a fila!
Quando a alegria se resume a olhar para os últimos da fila, é porque perdemos a noção do tempo ou simplesmente a noção.
O fato é que o espetáculo transferiu-se para a calçada. Multidões, reclamações, hesitações...água, chicletes, jujubas.
A fila aumentava e diminuía na medida da paciência e da esperança. E eu lá permaneci, o escritor e eu como se nada tivéssemos para fazer.
Os ingressos chegaram, mais pessoas também, a porta se abriu...foi quando a esperança cedeu lugar à certeza em plena entrada.
_ Um ingresso, pelo amor de Deus!
_ Já estamos há uma hora a esperar.
_ Olha a fila de idosos.
_ Olha a fila!
Quando a alegria se resume a olhar para os últimos da fila, é porque perdemos a noção do tempo ou simplesmente a noção.
O fato é que o espetáculo transferiu-se para a calçada. Multidões, reclamações, hesitações...água, chicletes, jujubas.
A fila aumentava e diminuía na medida da paciência e da esperança. E eu lá permaneci, o escritor e eu como se nada tivéssemos para fazer.
Os ingressos chegaram, mais pessoas também, a porta se abriu...foi quando a esperança cedeu lugar à certeza em plena entrada.
Magna Santos