quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

UMA HISTÓRIA DE NATAL

Tenho me emocionado com algumas mensagens recebidas, sobretudo, as que falam de Jesus; para mim, único e verdadeiro revolucionário, o modificador de vidas, a coragem e sabedoria por excelência. Embora o comércio queira inverter o sentido, creio que o Natal já é um grande presente. Soube outro dia que uma socióloga atéia(não lembro o nome) falou em uma palestra que, embora não acreditasse, não tinha como negar que, se a sociedade praticasse o que disse e fez Jesus, não existiriam os problemas sociais que enfrentamos (ou construímos). Lembrando disto e da mensagem do Cristo, conto uma história que me emocionou demais nos últimos dias. Recentemente, uma grande amiga, após algumas tentativas frustradas, passou em uma seleção para mestrado. Fiquei orgulhosa dela não pela vitória, mas pela forma como ela prestou todas as etapas de seleção, pela sua dignidade, busca, pela renúncia do egoísmo, o qual, infelizmente, ainda nos rendemos muitas vezes. Vitória e fracasso são passageiros, mas a forma como se vive cada uma dessas experiências, não. Enfim, é uma historinha real de uma menina verdadeira. Ela ainda não sabe, mas é protagonista de uma história de Natal:

Era uma vez uma menina que queria ser índia. Ela adorava o céu, as estrelas, o mar, ela amava a natureza e tudo o que há. Em torno dos indiozinhos, ela foi crescendo, olhava-os com encanto e uma certa curiosidade. Nasceu um pouco distante da realidade indígena: povo branco tem que crescer, tornar-se gente, colher frutos para depois plantar. Povo branco tem que sustentar-se em fortes pernas para debruçar-se apenas em uma cama para dormir. Povo branco nasce sabendo do seu destino, longe do sol, da chuva e do encanto dos mares. Assim ela escutava.

Pois bem, esta menina, para cumprir seu destino, teve que se ausentar da sua terra, amada pelos indiozinhos. Cresceu. Por um bom tempo esqueceu do encanto. Desencantou-se. Sofreu. Gozou. Em pleno Natal, povoou o seu mundo de belas meninas, falantes, comoventes, atentas e humanas. Sim, a menina era amiga do Natal e do Menino de luz. Em busca do seu destino, a menina branca esmurrou muros, derrubou paredes, construiu pontes. Precipitou-se em abismos, escalou torres e de lá viu que era muito pequena mesmo. Entendeu.

Tentou por várias vezes a vitória dos brancos. Fracassou. Sentiu-se frustrada, mas aceitou. Mais que isto, compreendeu. Havia quem estranhasse a aceitação, porém a menina branca, embora distante dos índios, lembrava da tribo: deveria plantar primeiro para depois colher; a fortaleza não estava nas pernas, mas nas mãos generosas para dar e humildes para receber; o destino não se espera, se constrói com mãos e coração unidos; a chuva é importante para lavar o espírito ressecado pela arrogância; o sol...ah, o sol é a luz que irradia tudo, assim como Deus. Sim, Deus, o Pai Criador, Único. Os indiozinhos, no fundo, sabiam que era único.

Os calos das lutas haviam lhe ensinado muita coisa, uma delas a de que era apenas instrumento. A menina crescia, trabalhava, buscava, estudava e tentava se encaixar no mundo dos brancos, preservando o mundo seu. Olhou para o seus pés e viu raízes e resolveu aproximar-se do sonho infantil, enfrentando uma luta de paz num mundo de guerra. Havia 13 postos de trabalho para muitas outras mãos brancas. Ela olhou todas elas com amor e, tendo como farol o Único, orou:
"todos são Teus filhos e eu não posso Te pedir que me escolhas em detrimento dos demais, além do fato de que todos se dedicaram e plantaram para colher. Escolhe dentre todos os projetos aqui representados por nós participantes, os 13 que irão Te servir, que verdadeiramente poderão contribuir com a educação e a sociedade. Eu não tenho como Te afirmar que o meu projeto é um deles porque eu não conheço nem os outros projetos, nem o amanhã, mas faz de acordo com a Tua santa vontade, em nome de Jesus, amém"*.

Neste momento, o sol veio morar em suas mãos e em seu coração. E, dentre os 13, Ele lhe deu o primeiro posto de trabalho, porque "os últimos serão os primeiros". Mais uma vez era Natal, mais uma vez a estrela de Belém cintilava no caminho.

Que Deus te abençoe, Lidinha. Que Deus te conserve a humildade e a vontade de servi-Lo sempre. Obrigada pela lição natalina.

A todos um Natal de Luz estendido por todo 2010!


Magna Santos

*Esta oração foi feita por ela antes da seleção.

Um comentário:

Silvia Góes disse...

obrigada pela belezura Magna! obrigada por sonhar humildemente Lidinha!
sim, amém...
beijos