As minhas crias
Gostam de vir à noite
Sorrateiras
Espicham-se na cama
Me acordam dos sonhos
Me embalando em outros bem melhores
Os meus rebentos
Não os conheço
Às vezes, os pressinto
Quase sempre os escrevo
Nascem à noite
De madrugada
Na escuridão
E sempre um clarão vem me visitar
Quando estou com eles
As minhas ramas
Nascem da intuição
E uma certeza me dá
Não as escrevo
Com apenas duas mãos
...
Se tivesse uma assinatura
Escrevendo vários
Seria eu
Se tivesse uma identidade
Mantendo todos
Seria a minha
Mas só tenho eu
De vaidosa
Só tem a mim...
A outra mão...
Incógnita
Silente
Discreta
Presente
Magna Santos
domingo, 16 de maio de 2010
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5 comentários:
Cara comadre, ainda bem que essa mão tão bem guiada vai espalhando sua criação. Esses rebentos por vezes nos alertam, nos acalmam, nos enche de saudade, nos aproximam e nos enriquece. Parabens as suas crias.
Halano
Magna querida!
As tuas crias são preciosos escritos que nos enleiam, aquecem e fascinam.
Sejam textos ou versos, a poesia jorra nesse teu canteiro perfumado.
Beijos,
Inês
Suas crias são lindas!
Parabénsa!
Luisiana
Magna,
Sempre surpreendente seus escritos. Esclareço de pronto que a surpresa não vem de sua habilidade com a pena, que já que conheço, mas de algo um pouco mais além, que é a capacidade de se superar.
Esse tema, do desejo da maternidade, que invade a cama, o sono e os sonhos, dá uma boa crônica. E ela pode ser escrita com leveza, pela beleza da maternidade inata, que independe do nascimento de um filho, ou carregada nas tintas pelo peito pesado, pela mama cheia de uma vontade imensa no lugar do leite.
Viajei agora, mas é que seus versos me levaram longe.
Lindo mesmo.
Dimas Lins
Que maravilha as palavras de vocês! Minhas crias agradecem, na verdade, estão pulando de alegria.
Vamos seguindo, plantando, colhendo, escrevendo, vivendo, viajando, Dimas, viajar é bom...nos dá um mote, um acalanto e uma resposta para perguntas não imaginadas ou apenas sonhadas.
Obrigada.
Abraços.
Magna
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