Mais uma vez, as palavras viajam.
Preferem o silêncio, o aconchego dos ares que as levem para bem longe.
Difícil ter a palavra certa na hora adequada.
Difícil também responder em silêncio a quem julga necessitar de discursos, explicações.
Nem sempre sei o que dizer...nem o que não dizer.
Nem sempre sei ficar em silêncio, mas simpatizo com os momentos, quando as palavras saem pelos olhos.
Quando a dor é grande, pretende-se remédios milagrosos.
Olhos perdidos me chegam, denunciando que há muito vagueiam.
Só me enxergam, quando me fitam para não errarem o alvo.
Viro mira.
Finjo uma morte que sorri ao ver que os olhos perceberam.
E é bom morrer assim.
Chega o fim e ele às vezes é custoso.
Faltou o bombeiro, a polícia, o caminhão...
Tanta coisa...
Arrisco risos para quem me devolve irritação.
Na próxima, ele verá que sobrevivi e poderá perdoar-se e me perdoar as faltas e o desejo incontido de ampará-lo.
Sim, os medos continuam.
Os desejos também.
Magna Santos
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4 comentários:
Que belo texto Magna. Verdades e percepções bem entrelaçadas. Um abraço.
Obrigada, amigo Tadeu.
Tentei passar momentos reais de quem tenta usar a palavra como via de saúde e equilíbrio a pequenos, grandes, enfim. Espero ter chegado perto, embora sabedora que sempre se fica aquém da própria vida.
Abração.
Magna
Já eu fiquei acuado (no bom sentido.)
Porque os dois versos que fecham o poema são dessas verdades incontornáveis.
"Finjo uma morte que sorri ao ver que os olhos perceberam.
E é bom morrer assim."
Se isto não for Poesia, eu já não sei de mais nada, e pouco me importa saber.
bjão, Magna.
Bjão, minha doce e querida poeta.
Eita, meu irmãozinho Arsênio, e se você não é amigo, eu também já não sei de mais nada.
Obrigadão (quantas vezes for preciso), porque quando tu escreves estes doces comentários, meus olhos de cá sorriem, pois têm certeza do teu coração fraterno. Eu fico numa alegria que só vendo.
Beijão.
Magna
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