quinta-feira, 5 de novembro de 2009

14 ANOS

Fiquei lembrando dos meus 14 anos e não atinei para o que tinha sido, apenas lembrei que, naquele ano em pleno "1º científico" me sobrava muita preocupação e pouca alegria, na verdade me sobrava muita confusão no juízo.

Hoje vendo ele, nasce uma alegria redobrada, quadruplicada...ah, nem sei o tanto! Crescer com saúde é algo bonito de se ver. Muitas vezes se cresce igual planta abafada longe do sol. Acaba se espichando tanto que sempre fica alguma anomalia para ser resolvida depois, quando se resolve. Mas crescer, crescer mesmo é bem difícil.

Reuniões embaixo do cajueiro desta vez não foram muitas. Há que se dar atenção aos amigos que preferiam um lugar mais fechado. Não existiam paredes que retivessem as gargalhadas, os cochichos, as tramas arquitetadas em plena tarde pra noite que se aproximava. Também não demorou o medo bater pernas e sobrar coragem para se pegar rã em nome da farra. Desta vez não ouvi: "faz uma vistoria no banheiro, madrinha". Quanta coragem! Quanta vontade também de mostrar tudo de uma vez. Empinar pipa ficou mesmo para o pai e a madrinha abestalhada, que teimam em ser crianças no meio de adolescentes. Uma delícia a convivência, um banquete para a alma faminta.

Volto de um feriadão com gosto de quero mais. Talvez não tenha sido suficiente para me alimentar depois de dias doloridos por sofrimentos alheios. Mas, certamente, deu-me uma "sustança" das boas. Sobrou ainda um monte de brincadeiras a se fazer. Sobraram histórias a se contar, já agendadas pra próxima. O retorno de viagem não teve no que se pensar, a não ser em mais maneiras de se inventar um passatempo.

E o que vale mesmo é que nesse passar do tempo, vez ou outra nos surpreendemos com tudo o que se viveu, como se tudo o que se viveu fosse apenas do outro e não nosso. Mesmo assistindo ao outro crescer, mesmo sendo os hormônios do outro que fazem as pernas crescerem e dar passos mais largos, o crescimento é conjunto. Já falei aqui dos seus 13 anos, mas este agora é apenas para dizer a ti, filho do coração, sobrinho e afilhado muito amado: estou gostando demais do tamanho que tu estás ficando, sobretudo, por não fechares os olhos para quem não é tão alto. Cresça, meu filho, estarei sempre aqui...por perto.

Que Deus te ensine sempre a cultivar a alegria e a humildade!


Magna Santos

7 comentários:

Anônimo disse...

Creio que tenha escrito por ocasião do aniversáro de 14 anos de seu sobrinho, a mesma idade de meu filho mais velho (Pedro). Lamento que, nestes anos dele, não haja tantas reuniões em cajueiros ou coisa parecida, mas quase somente a tela de um computador que o prende em jogos intermináveis. (Erison)

Anônimo disse...

"Magna"


Adorei ... lembrou de tempos bons, sinto falta de minhas reuniões, só que debaixo da goiabeira !!!!


Abraços,

André Coutinho (Tricolor Virtual)

Dimas Lins disse...

Magna,

Bonito. Comovente até. A gente não se comove apenas pela tristeza, mas também pela beleza das coisas.

Gosto dos teus escritos, da forma como cria as frases, como as coisas se revelam através das tuas palavras. Você escreve como poucos. Parabéns mesmo.

Ah, e não sei quem tem mais sorte, você por seu sobrinho ou seu sobrinho por você.

Dimas Lins

Magna Santos disse...

Erison, como te disse por email(não sei se recebeu), fiquei muito contente com tua presença neste terreno que também reune amigos, no teu caso, velhos amigos. Pois é, lembro demais da época da chegada do teu filho, coincidiu com a expectativa para o "meu" pousar na barriga da mãe dele. Mas, não se estresse não, pois computador para esta geração é uma febre. Vamos em frente, tentando incutir outras alternativas neles.

André, eu tive de tudo: de pé de goiaba à siriguela, o sortimento era grande. Mas eu preferia me reunir lá em cima, no "ôi" do pé, como dizíamos.

Dimas, já te respondi no Estradar. Novamente, muitíssimo obrigada. Sorte é uma bênção que podemos aproveitar ou não. Eu opto por sim. E, pelo que já percebi no Estradar, você também com sua Maria Luiza. Que bom que você sentiu o que tentei passar.

Abraços em todos!
Magna

Josias de Paula Jr disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Josias de Paula Jr. disse...

Que declaração! Como disse Dimas: sorte sua e de seu sobrinho. Texto delicado...

Anônimo disse...

Cara Comadre. Como sabes eu não cresci, mas como descreve é bom ver o nosso Pedro crescer e não perder a ternura de criança.
Halano.