Após uma longa viagem
De fantasia
De desejo
De sonhos...
Acho que andei na terra do nunca
Querendo crescer, no entanto
Nada de Peter Pan a me esvoaçar pelos ares
Não precisei
Bastava a mim
E a ti
No sonho que acalentava
Bastava meu coração
E as asas que ele me deu
Difícil não flutuar
Sentindo as cores no ar
Difícil não viver
Não pulsar
Não amar
Não sorrir
Acho que esqueci alguma coisa
Creio que perdi algumas asas
Creio
E isto me faz turista por terras alheias
Não visitei coisa alguma se deveras não fiquei
Qual bêbado desequilibrado em noite estrelada
Assim fui eu, talvez
Só sobrou eu e minha mala
A me testemunhar que esqueci de algo
Volto sozinha
Após dias viajando
Levitando.
Voltei.
Quase voltei
Parte de mim ainda está lá
Ainda não quer voltar
Mas voltará.
Escrito em setembro de 2005.
Magna Santos
3 comentários:
Que lindo poema, Magna!
O amor tem mesmo desses alvoroços felizes, dessas asas que nos impulsionam a ensaiar voos ousados, pensados impossíveis...
Lembrei de uma composição de Adriana Calcanhotto, que diz assim: "E o meu coração embora finja fazer mil viagens, fica batendo parado naquela estação".
Desconfio também que você tenha uma mala com muitos escritos tão interessantes quanto este!
Abraços, querida.
Magna Santos dei entrada na SEMENTEIRAS, vi o panel de quem desenvolve e viaja no que escreve, contemplei os versos que voavam e sentir sua voz calava. O tempo movimenta o espaço, e brota o instante de vôo livre no pensamento que alcança a felicidade, mas tem medo do eterno. Continue escrevendo você tem jeito, está regando talvez lindas SEMENTEIRAS, como disse PADRE ZEZINHO, não podemos guardar as riquezas de sentimentos latentes em nós.Apesar de não lhe conhecer, mas vi comentário de David sobre seu blog, abri páginas, fiz comentário e deixo um forte abraço do poeta: Zé Santana-ZS
Tenho a desconfiança de que essa mala sempre volta muito cheia de vida para a casa. Por isso "navegar é preciso", Magna.
Bom demais te ler.
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