segunda-feira, 19 de abril de 2010

TERRA A VISTA!

Ah, e eu nem lembro mais de ti, Robinson Crusoé
Nesta terra que agora vivo
Meus índios são sexta, segunda, terça, quarta e quinta-feira
Aí volto a bobina e começo tudo outra vez
Esqueci do sábado e do domingo
Na última vez que fui viajar
Arrisquei-me nas encostas da noite
E só voltei no clarão do dia
Salva pelo segunda-feira

Tenho respirado na minha ilha
Com pulmões astrais
O ar às vezes é denso demais
Pasmo
Engasgo
Passo mal

É então que me lembro do jasmim
E respiro normal outra vez
Jasmim perfumado
De mãos perfumadas, antigas...
Espalhou-se por minha terra inteira

Por isto te grito, Crusoé:
_ Terra a vista!


Magna Santos

Para Halano, que me favoreceu esta inspiração e tem uma teoria própria sobre os "feiras" da semana, cuja sabedoria tentei copiar aqui. Obrigada, meu irmão.

2 comentários:

Anônimo disse...

Agradecer? Agradecer! Obrigado digo eu comadre, por você fazer de um espaço virtual a sensação da nossa sala de estar. As suas palavras tem relevos, tato, cheiro, só não tem visão. Mas isso não importa e até que é bom que não tenham pois teriam o gosto de ver um "ignorante" chorar.
Halano.

Eduardo Trindade disse...

Escolheste (ou acolheste) aqui um tema tão simbólico... Tão intenso por trás da aparente simplicidade. O que temos feito, cada um de nós, com nosso Robinson Crusoe interior?