segunda-feira, 31 de maio de 2010

POR QUE, CEARÁ?

Por que sempre me vejo menina nos teus braços, quando tantos anos já me correram? Por que sinto tantas saudades mesmo contigo?

Por que tuas terras correm nas minhas veias igual a sangue?

Por que me emociono quando passo naquele limite que chamam de divisa, mesmo amando também teu vizinho?

Por que reconheço cada pedra e elas gostam de brincar na minha mão?

Por que tenho tantas saudades de gente que nem conheci, só por ouvir falar?

Por que teu céu tem tantas estrelas e a lua sempre incandescente?

Por que voltar também é bom?

Por que adormeci naquela rede mesmo com tanta coisa pra conversar?

Há quanto tempo o Araripe existe em ti?

Por que sinto saudade do banho de chuva, quando sapateava nas poças e buscava sempre a melhor bica para me molhar?

Por que teus filhos pequenos sempre têm olhos curiosos e sorrisos latentes, quando não escancarados?


Por que tuas crias todas não podem igualmente desfrutar do teu solo?


Magna Santos

11 comentários:

Dois Rios disse...

Talvez porque ele tenha as respostas que precisas ouvir;

Talvez porque ele seja o teu começo;

Talvez porque ele sempre te abra os braços nos teus remotos regressos.

Talvez porque ele guarde as tuas histórias.

Talvez porque ele tenha te proporcionado o primeiro Ce{AR}á.

ou talvez...

Porque ele seja simplesmente o Ceará.

Beijo, querida Magna!

Inês

Luna Freire disse...

Talvez porque o tempo não se apague...
Talvez porque nossas histórias fiquem sempre plantadas no chão de nossa alma...

Clenes Calafange disse...

Magna!! Engraçado como me vi no seu post! Recentemente fui a Curitiba e me apaixonei pela cidade. Decidi ir morar lá. Depois de minha decisão, comecei, já por antecipação, a sentir falta do Recife e suas praias, suas ruas, suas pontes, sua música...

Acho que é porque a gente nunca corta o cordão umbilical da nossa terra natal...

Pachelly Jamacaru disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Pachelly Jamacaru disse...

Porque este Ceará Magniano, mergulha em nosotros! Carregamos nossas origens com a leveza das sementes de algodão e nos transportamos para outros e para outros lugares com aquilo que é história de nós, vivências de nós, lições nós!

Ceará é uma linguagem universal, pois todos em qualquer parte do mundo, têm histórias e lembranças que se confundem com as de outros de outro lugar!

Louvações!

Abração

Dimas Lins disse...

A família de minha esposa é do Ceará, por isso, dá para entender bem essa saudade, se eu, que nem de lá sou, também guardo um pouco para mim.

Ceará é terra que recebe de braços abertos e que chora de saudade, quando a gente vai embora.

E a gente nem sai de lá e já fica contando o tempo pra voltar.

Abraços,

Dimas Lins

Anônimo disse...

Cara Comadre. Eu não sei o que dizer, fico só lendo e recordando. O nosso Ceará é indescritível para mim e o seu texto é de tão rebuscado sentimento. O Ceará muda a gente muda, nossa gente muda, só o sentimento permanece. O Ceará é o cimento onde sentaram os nossos tijolos, no inicio da nossa construção.
Halano

Magna Santos disse...

Inês, que bonito teus "talvez"! Depois eu que tenho comentários poéticos...
Acho que é mesmo tudo isto...talvez.

Luna, não se apaga mesmo e o chão carregamos mesmo conosco: nossa alma.

Clenes, mas que novidade é esta?! Pois bem, já sofres de banzo antecipado. Deixa eu te antecipar também uma conclusão: acabamos aprendendo que o cordão umbilical é feito de elástico.

Pachelly, você esclarece com a precisão de um cirurgião. Parece um cearense em terra alheia e, no entanto, não está. Como pode?

Dimas, eu diria que você foi "contagiado". Isto é muito bom.
Então eu tenho uma conterrânea na tua família. Sou de Brejo Santo - sul do Ceará(Cariri).

Cumpade, ainda sou meia-parede, quando chegar no teto ainda sentirei a presença do alicerce...impossível não sentir.

Grata a todos vocês.
Abração.
Magna

Silvia Góes disse...

és linda!!!!!

beijos
Silvinha

Hérlon Fernandes disse...

Ai, que suspiro profundo tudo isso me deu!
Nós cearenses deixamos raízes cravadas para sempre nesso solo, Magna.
Obrigado por nos presentear sempre com a singeleza da alma de sua poesia.
Abraços de um cearense exilado! rs

Beta Martins disse...

Porque o Araripe vive dentro de nós com o seu passado de Dinossauros e pedras peixes,aquela serra ,aqules sons ,aqueles cheiros, aqueles olhos de herança Cariri,são pertences da nossa alma!
beijos
Elisabete Martins