quinta-feira, 19 de agosto de 2010

CAMPANHA POR BIBLIOTECAS VIVAS

_ Mãe, tô indo. Vou pra biblioteca.

Avisa o pequeno José, antes de sair de casa, uma entre centenas de residências que se aglomeram como uma espécie de quebra-cabeças da periferia. Tem sido assim a rotina de muitos dos que moram no Coque, contrariando o preconceito dos distantes.

Embora não participando do trabalho, sei que, há muito, os livros passeiam nas mãos de meninos, meninas, adolescentes, pessoas de todas as idades, mães que aprenderam a ler ali.
Cores, jeitos, cheiros de uma gente humilde que Chico Buarque e Vinícius de Moraes bem souberam cantar, mas que poucos de nós sabem sentir. Sim, é possível, mais que isto, é real. Realidade que combina com cada página vertida nos olhos curiosos e aguçados de uma moçada que, tempos atrás, não teria oportunidade da leitura, se não fosse pela força dos iguais que traduziram desejos em livros. Várias bibliotecas comunitárias foram criadas no Recife e região, unindo-se em uma rede organizada que abre agora sua segunda campanha, não mais para pedir livros, porém dinheiro para garantir a infra-estrutura dos prédios, os quais andam necessitando de recursos, serviços básicos, como um retelhamento na Biblioteca Popular do Coque, por exemplo. Além de dinheiro, equipamentos e propostas para trabalhos voluntários também são muito bem-vindos e necessários.

Assim, venho pedir aos poucos, embora caríssimos, leitores do Sementeiras que acorram a esta campanha e ajudem a manter esta gente boa aprendendo que a palavra Cidadania vale sempre a pena.

Para ajudar com dinheiro:
Caixa Econômica Federal
Agência: 2193

OP: 003

Conta corrente: 544-5


Para mais informações:

(81)3244-3325 / (81)8850-5507


Para conhecer mais:
Rede de Bibliotecas Comunitárias da Região Metropolitana do Recife
Biblioteca Popular do Coque
E para sentirem mais o trabalho, leiam as palavras poéticas de quem realmente participa e não de quem apenas sabe dele(como eu), escritas por Fabiana Coelho(Luna Freire) em Palavras-pontes, com destaque para 3 textos-poemas: Os Sonhos de Alexandre, Das Aprendizagens e O pequeno André.

Faltou dizer: para quem ainda não sabe,
a campanha é da Rede de Bibliotecas Comunitárias e congrega uma boa penca de blogs na tentativa de realmente atingir o máximo de pessoas. Sementeiras é só mais um nessa leva.

Que Deus abençoe a todos!



Magna Santos

6 comentários:

Luna Freire disse...

Estou esperando sua visita, hein!!! Valeu, Magna!

Magna Santos disse...

Vou sim, Fabiana. Preciso conhecer essa gente bonita de perto. Assim que der, te ligo.
Beijo.
Magna

Marina disse...

Magna, vi seu convite no e-mail dia desses, mas não tive como postar algo no meu blog por falta de informação e excesso de trabalho, nesta semana que passou. Achei muito interessante a proposta e muito justa a causa. Considere seu texto devidamente divulgado.

Beijos.

Zanelli Gomes Alencar disse...

Recentemente a cidade do Recife ( leia-se João Paulo) gastou 40 milhóes de reais em um parque na zona sul da cidade. Não conheço aquele parque, mas acho que o dinheiro deveria ser melhor empregado na estruturação das escolas públicas da cidade.Todas as gestões da PCR, nos últimos quarenta anos são responsáveis pela falta de uma escola pública de qualidade......esta campanha é muito interessante, e vai ajudar a pressionar, pelo exemplo,os gestores´públicos a priorizarem de verdade a educação de sua gente

Zanelli Gomes Alencar disse...

Mandei hoje um e-mail para uma amiga e o reproduzo aqui, para compartilhar com vcs sobre a vida de Clarice Lispector

Edi, achei interessante esta descrição que clarice faz dela própria.....
quando escreveu para Olga Borelli " que se tornou a figura-chave dos últimos anos da vida de Clariced, e cuja e incansável dedicação e afinidade intelectual facilitaram a crianção das granddes últimas obfras de Clarice. A escritora, com seu "enorme déficit materno e paterno" encontrou em Olga a última de suas figuras maternas..."

" 11/12/70. Olga, datilografo esta carta porque minha leltrla anda péssima.

Eu achei, sim, uma nova amiga. Mas você sai perdendo. Sou uma pessoa insegura, indecisa, sem rumo na vida, sem leme para me guiar: na verdade não sei o que fazer comigo. Sou uma pessoa muito medrosa. Tenho problemas reais gravíssimos que depois lhe contarei. E outro problemas, esses de personalidade. Você me quer como amiga mesmo assim? Se quer, não me diga que não lhe avisei. Não tenho qualidades, só tenho fragilidades. Mas às vezes tenho esperança. A passagem da vida para a morte me assusta: é igual como passar do ódio, que tem um ob jdetivo e é limitado, para o amor que é ilimitado. Quando eu morrer ( modo de dizer) espero que vcê esteja perto. Você me pareceu uma pessoa de enorme sensibilidade, mas forte."

PS. QUEM AFIRMOU QUE CLARICE TINHA UM ENORME DÉFICIT MATERNO E PATERNO, "foi o seu psiquiatra judeu Jacob David Azulay, com quem Clarice avistava-se cinco vezes por semana, durante uma hora, " sem atrasar ou faltar uma sessão sequer", ao longo de um total de seis anos"

DO LIVRO DE BENJAMIN MOSER sobre a vida de Clarice

Magna Santos disse...

Ótima referência de Clarice, Zanelli. Ela é sempre instigante e suas palavras são de uma sinceridade que chega a ferir olhos desavisados e acostumados com maquiagens, porque Clarice traz verdades que pertencem ao humano, mas que muitas vezes tentamos disfarçar.

Marina, fica pra próxima, afinal, a carência e falta de investimentos na área dão indícios de que outras virão.

Amigos leitores, a campanha é da Rede de Bibliotecas Comunitárias e congrega uma boa penca de blogs na tentativa de realmente atingir o máximo de pessoas. Sementeiras é só mais um nessa leva.

Abraço e obrigada.
Magna