"Boi boi boi
Boi da cara preta
Pega esta menina que tem medo de careta"
_ Deixa eu dormir com vocês, mãe
_ Não, filha, vá para o seu quarto
_ Mas é escuro...
_ Por que papai está demorando?
Preciso aprender matemática.
E se a turma não me aceitar?
E se ele não me quiser?
Não posso perder este emprego.
E se o nosso amor não der certo?
_ Vindo com saúde, tanto faz menino ou menina.
_ "Boi boi boi...pega este menino que tem medo..."
E essa febre que não baixa...
_ Cuidado, filho, você vai cair!
Meu Deus, ele vai sofrer.
Eu não quero ficar sozinha.
Não quero morrer.
_ Meu Deus, quanta eternidade!
Magna Santos
domingo, 26 de setembro de 2010
terça-feira, 14 de setembro de 2010
PEDRAS E JASMINS
Que estado d'alma é esse?
Alguém responda
Que estado d'alma
É esse que traga
Qualquer desilusão?
Que terreno é esse
Que meus pés não tocam?
Suspensos no ar...
Ou seria outro espaço?
Afinal, onde estou?
Por que não me encontro
E te encontro tão bem?
Um raio de lucidez
Permanece
Adormecido
Alguém lhe deu sonífero
Fui eu!
O medo que amarrava minhas pernas
Foi quebrado pelo vento
Afinal, o que não sei?
E o que sei?
Não passaria pelo detector de mentiras
Ou passaria pelo detector da verdade
Quero ser as pernas de tua cidade
Quero ser os braços das alamedas que amas
Quero sorrir para o sol nascente do campo
Quero me abrir junto com as janelas que vês
Ser igual as pontes que te levam
Mas, enquanto não posso
Inteira ser para ti
Me faço em pedaços
Humildemente em palavras
Em sorrisos nervosos
Esperando um acalanto teu
Um verbo, um sinal...
E chegar de mansinho
Me instalar num cantinho
Entre pedras e jasmins
Rosas e borboletas
E ser feliz
Contigo.
Magna Santos
Alguém responda
Que estado d'alma
É esse que traga
Qualquer desilusão?
Que terreno é esse
Que meus pés não tocam?
Suspensos no ar...
Ou seria outro espaço?
Afinal, onde estou?
Por que não me encontro
E te encontro tão bem?
Um raio de lucidez
Permanece
Adormecido
Alguém lhe deu sonífero
Fui eu!
O medo que amarrava minhas pernas
Foi quebrado pelo vento
Afinal, o que não sei?
E o que sei?
Não passaria pelo detector de mentiras
Ou passaria pelo detector da verdade
Quero ser as pernas de tua cidade
Quero ser os braços das alamedas que amas
Quero sorrir para o sol nascente do campo
Quero me abrir junto com as janelas que vês
Ser igual as pontes que te levam
Mas, enquanto não posso
Inteira ser para ti
Me faço em pedaços
Humildemente em palavras
Em sorrisos nervosos
Esperando um acalanto teu
Um verbo, um sinal...
E chegar de mansinho
Me instalar num cantinho
Entre pedras e jasmins
Rosas e borboletas
E ser feliz
Contigo.
Magna Santos
Escrito em 2005
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
NOÉ FEIRANTE*

Já não precisa de mulas, barcos, nem dilúvio
Seu ajuste é com os caibos que alinha dia-a-dia
Na barraca itinerante
Persegue o sol que acorda nas manhãs
Adoça a vida com fruta e açúcar
Escuta os ruídos do mundo com ouvidos viajantes
Ele é Noé
Seu tabuleiro hoje reúne doces gêmeos...
Provas de um mundo fecundado
E ainda consegue se equilibrar com seu boné de gigante
Sim, ele é Noé!
Magna Santos
*A publicação da foto do Sr. Noé foi gentilmente autorizada pelo conterrâneo Pachelly Jamacaru, cujo blog é um rico sortimento de beleza. Obrigada, mais uma vez, amigo.
sábado, 4 de setembro de 2010
INCONFORMAÇÃO*
Queremos ser outro
Residente no imaginário
Este aqui de carne e osso
E veias
E sangue
Ah, este é mesmo o que pulsa e se movimenta
O outro...parado
Estático
De nada
Permanece adormecido no fundo da lagoa
...
E espera que um belo dia
Possamos tirá-lo de lá
Quando, enfim, nos afogaremos.
Magna Santos
*Escrito após a leitura de um poema do grego Konstantino Kaváfis, publicado no blog Quemerospoemas de Samarone Lima.
Residente no imaginário
Este aqui de carne e osso
E veias
E sangue
Ah, este é mesmo o que pulsa e se movimenta
O outro...parado
Estático
De nada
Permanece adormecido no fundo da lagoa
...
E espera que um belo dia
Possamos tirá-lo de lá
Quando, enfim, nos afogaremos.
Magna Santos
*Escrito após a leitura de um poema do grego Konstantino Kaváfis, publicado no blog Quemerospoemas de Samarone Lima.
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