Soube notícias de um mundo temerário: notas de um mundo velho, passageiro, redentor, notas de um futuro que já chegou. Uma senhora é segura por uma corda, enquanto é mordida por um cachorro...latidos engolidos por uma enxurrada. Soluços estáticos ao televisor e o replay de uma cena aglomera olhos ansiosos. Notícias de um velho mundo...
Tremi ao saber e ver uma menina de quatro anos dizer com sabedoria: "o rio levou minha chupeta...levou tudo!". Chupeta que no meu interior leva o nome de "consolo". Substituindo a palavra, o sentido traz o ponto certo ao drama.
E o nó na garganta me levou a sentir-me também água, melhor, gota. Foi quando olhei o cajueiro e seus nós também me mostraram outra serventia, transformando-se em marcas nos galhos, apropriadas a um armador natural, sem o range-range que acompanha costumeiramente o balanço em qualquer alpendre.
Recordei ainda uma conversa de irmãos sobre lembranças de uma infância marcada por poucos encontros e fortes despedidas. Mais nós.
Cogitações, constatações...e a botânica parece associar a variação do número de nós ao crescimento de uma planta, não sei bem. Mas bem sei que muitas vezes somos feito elas - as plantas. Nosso desafio é transformar os nós em laços no momento certo.
...
Ou, quem sabe, aproveitar a riqueza da palavra e transformar o substantivo em pronome.
Magna Santos
Tremi ao saber e ver uma menina de quatro anos dizer com sabedoria: "o rio levou minha chupeta...levou tudo!". Chupeta que no meu interior leva o nome de "consolo". Substituindo a palavra, o sentido traz o ponto certo ao drama.
E o nó na garganta me levou a sentir-me também água, melhor, gota. Foi quando olhei o cajueiro e seus nós também me mostraram outra serventia, transformando-se em marcas nos galhos, apropriadas a um armador natural, sem o range-range que acompanha costumeiramente o balanço em qualquer alpendre.
Recordei ainda uma conversa de irmãos sobre lembranças de uma infância marcada por poucos encontros e fortes despedidas. Mais nós.
Cogitações, constatações...e a botânica parece associar a variação do número de nós ao crescimento de uma planta, não sei bem. Mas bem sei que muitas vezes somos feito elas - as plantas. Nosso desafio é transformar os nós em laços no momento certo.
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Ou, quem sabe, aproveitar a riqueza da palavra e transformar o substantivo em pronome.
Magna Santos
2 comentários:
Magna, belo poema em prosa. Ou poema puro.
Não importa.
Os versos finais são de um simplicidade arrebatadora, e poucos sabem aliar simplicidade belez.
"Mas bem sei que muitas vezes somos feito elas - as plantas. Nosso desafio é transformar os nós em laços no momento certo.
...
Ou, quem sabe, aproveitar a riqueza da palavra e transformar o substantivo em pronome."
Como diríamos la no FUSCA: NO TOITIÇO!!
Bjos do amigo
Arsenio
Arsênio, o que mais posso te dizer? Muito obrigada, meu querido e generoso amigo.
Beijão.
Magna
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