terça-feira, 9 de dezembro de 2008

RETRATO

Um senhor que me fala sobre o tempo...
Bengala à mão
Olhos acolhedores
Sorriso disfarçado com ares de seriedade.
Pausa para a foto
Como a parar o tempo num retrato
Com a língua mais precisa do que uma navalha
Sai cortando os versos
Distribuindo palavras
Entre uma casa e outra
Entre uma janela aberta
E outra semi-cerrada
Ou seria semi-aberta?
Cores diferentes a dividir paredes conjugadas
Casas antigas...
Falam tão bem de nós...
Do mundo...
Faltou-lhe passarinhos
Passarão
Passarinhos
Sobrou-lhe
Verdes
Nascidos ao pé da parede
Crescidos no chão antigo...

Chão da delicadeza.

Além de Quintana, este vai para todos os fotógrafos que captam imagens tão essenciais a nossa humanidade e, muitas vezes, não vêem seus nomes citados, ou por desrespeito, ou por causa do não saber dos seus "usurpadores". Este último caso é o de Sementeiras. A todos minha homenagem, o meu pedido de desculpas e a esperança que se identifiquem.

Um comentário:

Marina disse...

Ah, o poema é lindo e eu adorei a foto. Só não entendi a dedicatória. =S

Também não entendi nada do comentário que recebi com o blog Sementeiras.

Estou perdida aqui hoje. Beijos!