terça-feira, 3 de novembro de 2009

OLHOS ABERTOS

O nunca terminou num suspiro. Desfez as malas já em novo território. Aqueceu as arestas para sorrir melhor. Não esgotou as fontes do inverno, pois é sempre bom tê-las em dia para renovar o aquecimento. Também descolou três cestas para sorti-las de coisas. Uma para o dia, outra para a noite, outra maior ainda para a madrugada. Amanheceria límpida, igual ao lago que molha as crianças. Venderia sorrisos a preços banais: um por duas piscadas, três por quatro abraços. Não sobraria um, pois seu coração estava generoso. Bolsos cheios, voltaria com mais e mais e mais...até nutrir a humanidade inteira.

E assim foi.

Até acordar com um beijo de criança e perceber que poderia ser ainda melhor.


Magna Santos

7 comentários:

Hérlon Fernandes disse...

Vim aqui receber esta sensação de paz do seu texto.
Estou mesmo em tempo de vacas magras para a escrita. Estou mais leitor ultimamente.
Gosto de provar sempre da vida de suas sementes.

Josias de Paula Jr. disse...

É muito bom ler palavras que nos mostrem quando a vida supera o sonho... E no cotidiano tão simples!

Silvia Góes disse...

iiiuuuppppiiiii!!!!
obrigada por essa beleza!!!!

Luna Freire disse...

Delícia de renascimento!!!

Magna Santos disse...

Ah, gente, eu acabo de levar outro beijo de criança de cada um de vocês.
Sinceramente, é uma delícia ter esse retorno. Nossa, como é!
Muitos beijos!
Magna

Dimas Lins disse...

Magna,

Chego tarde, mas chego. Que contra-ponto ao tema anterior. De um extremo ao outro, num piscar de olhos.

Pago também meu preço pelo texto: um contentamento quase infantil.

Dimas

Magna Santos disse...

O importante é chegar, Dimas.
Pois é, num "piscar de olhos" se fecha e se abre mesmo os olhos. Obrigada.
Abração.
Magna