domingo, 20 de março de 2011

O NADA E O POETA

E o poeta emudeceu
Tornou-se caule

Dos seus pés brotaram flores
Da sua cabeça, raízes

E assim ficou por vários dias
Vertical invertido

"Minhas palavras

Estão se quebrando

Partidas

Anuladas

Findas..."


O vento respondeu:

Não, poeta

Estão caindo

Acolhidas pela terra
Para brotarem
...
Em seguida.



Para Gustavo de Castro (blog Razão Poesia). As palavras aspeadas foram dele, porque o poeta sempre visualiza as próprias letras.

Magna Santos

6 comentários:

Hérlon Fernandes disse...

Você, com a maestria que lhe é peculiar, resumiu bem essa necessidade de hibernação ao que o poeta precisa se render inexoravelmente.
Já me senti nessa alegoria desenhada por você!
Abraços.

Magna Santos disse...

Atire a primeira bolinha de papel quem não sofreu deste "mal".
Abraços, Hérlon.
Que Deus te abençoe!
Obrigada
Magna

Tadeu Rocha disse...

Belo poema Magna. As vezes bate aquela angústia de páginas brancas. Mas ai a poesia vem com tudo. Beijo grande. Acabei de puxar uma cadeira. Vou ficando no sementeiras apreciando seus poemas.

Magna Santos disse...

Obrigada, Tadeu. Bom você aqui. Você numa cadeira e eu noutra. Teu blog é uma belezura.
Beijo.
Magna

João Carlos disse...

Esse foi pro meu aniversário.Tivesse lido naquele dia estaria mais fekiz ainda!

Magna Santos disse...

Beleza, meu irmão!
Passo aproximadamente um mês comemorando meu aniversário, portanto, o teu ainda está sendo comemorado.
Viva tu!
Abração.
Magna